sexta-feira, 29 de junho de 2012

Eu quero a alma de um cantor de bar vazio...

Tenho estado muito animada por todos os shows que tenho na agenda e pelo relativo sucesso que estou tendo na empreitada de lançamento deste primeiro disco. É claro que nem tudo são flores e volta e meia bate um pessimismo porque nem sempre o esforço que eu invisto na produção dá o retorno que eu esperava.

Pois bem, hoje cantei no Sergio Porto pela primeira vez, depois de ter cantado na semana passada no Centro de Referência da Música Carioca. 

O show tinha tudo pra "bombar"... uma casa ótima, na Zona Sul do Rio, sexta feira a noite, uma lista amiga que não parava de crescer. 

E eis que estiveram presentes cerca de quarenta pessoas.

Pra muitos isto pode ser considerado um fracasso, mas é uma cena comum na luta do artista independente. E não tem nada a ver com o preço, o horario, o lugar ou o som do artista ser um saco - e eu não tomo isso como ofensa, nem me sinto diminuída.

Pelo que vejo, no Rio de Janeiro, isso é falta de costume. O carioca não tem o costume de ir aos lugares para conhecer coisas novas e consumir cultura sem ser na onda das "modinhas". Se é de graça, na rua, tem cerveja e gatinhas, a galera ouve até Bach.

Mas, não estou aqui pra ficar reclamando disso. Voltemos ao tema: o fato é que depois do show saímos todos para comer aquela pizza entre amigos e os musicos começaram a debater justamente esta questão do show vazio.

Calculando friamente, realmente é mais facil alcançar muito mais pessoas (e a um custo muito mais baixo) através da internet. É só produzir um conteúdo bacana e divulgar. E tenho visto cada vez mais pessoas fazerem isso muito bem. 

Mas eu não acho que show serve só pra divulgar. Nem serve só pra vender disco. Nem serve só pra formar público.
Foto de Julia Guimarães 


Eu faço show pra mim. Faço show porque preciso cantar. Preciso estar rodeada de gente conhecida e gente que nunca viu. Preciso ganhar abraço e parabéns no final - e até comer a pizza entre amigos.

O show não é o início, o fim, nem o meio. O show é um momento de aprendizado e experiência necessário na carreira de qualquer artista. E por mais que haja alternativas excelentes de interação com o público (como este papo que estou tendo com vocês agora), nada substitui a presença.

Por fim, encerro citando meu amigo e compositor Vinicius Castro, que por acaso estava comendo pizza comigo depois do show, e discutindo o mesmo assunto: 
"Quero a alma de um cantor de bar vazio que insiste em cantar."



quinta-feira, 14 de junho de 2012

Meu primeiro clip!

Foi-se o tempo em que o Disk MTV era o programa mais assistido por mim na TV. Eu chegava do colégio doida pra assistir aos clipes que estavam na "parada de sucessos" e meu sonho era ser VJ - afinal, todos eles eram jovens, bonitos, descolados e se portavam bem como ninguém diante de uma tela verde com projeções louquíssimas.

E não era só este programa que fazia parte da minha programação preferida. Eu adorava o "Piores Clipes do Mundo" (época áurea do Marcos Mignon na TV) e mais tarde, também passei a assistir ao "Top Top". E em todos estes programas, o foco era o clip!

Diferente das superproduções protagonizadas por cantores como "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" e os clássicos filmes dos Beatles, o clip é um formato de vídeo mais acessível e uma forma mais rápida de chegar ao lar de cada fã. Mas o que mais me atrai na idéia do clip é a possibilidade de interpretar uma canção de uma forma que seria impossível durante um show ao vivo. O clip é a chance de transformar sons e palavras em imagens - e isso dá muito pano pra manga!

Não sei como anda a MTV atualmente- afinal, na minha TV ultimamente só tenho tido tempo de assistir aos clássicos episódios de Friends reprisados pela milhonésima vez na Warner- mas sei que muita coisa mudou depois que os clips passaram a ser lançados na internet e agora correm o mundo a uma velocidade assombrosa.

E não é que depois de sonhar em ser VJ, eu me aventurei a ser estrela de um clip?
Eu tinha uma música gravada no disco que fala sobre uma caminhada, uma pessoa em busca de suas origens e que remete ao amor pelo nosso país- o que facilitou a criação de uma narrativa visual simples e completa. Eu tinha um amigo talentoso e profissional, disposto a entrar nesta empreitada comigo. Eu tinha um carro para ir a Maricá. E foi assim que fizemos.

Fotos do making of:
(Sidney Dore e Ricardo Pentagna)

(Yuri atacando de assistente de produção)

(Luiza Sales, sombra e água fresca)

O resultado foi o clip de "Simples Baião". Dirigido por Ricardo Pentagna, com a assistencia de Sidney Dore e montagem de Alan Ribeiro (além da presença constante do meu Yuri Villar fazendo toda a produção possível e impossível) e como tudo na produção deste trabalho, ele foi feito em tempo record: filmado em apenas um dia!

Muita gente perguntou sobre a locação. Esta paisagem incrível fica a apenas 1h de carro do Rio: a Restinga de Maricá. Um lugar que tem sido o foco das atenções de diversos grupos ambientalistas, por ser um ecossistema rico que precisa de cuidado antes que seja completamente destruído pelo homem. Que nestas lindas imagens, aliadas à letra da música, fique registrado o alerta.

Com vocês, meu primeiro clip! Assitam em HD!





sábado, 2 de junho de 2012

Canta, canta minha gente!

Esta semana trabalhei demais. Além das aulas regulares e de novos alunos de canto, tive ensaios... muitos ensaios! Todos para participar de um projeto incrível, já pela segunda vez.

O Brasil Vocal é um evento realizado pelo CCBB do Rio de Janeiro e é o melhor espaço que a música vocal tem por aqui na atualidade. Já falei por aqui que minha formação musical teve parte em orquestras e no estudo do violino, mas para quem não sabe, eu também sou cria da música coral.

Com 8 anos entrei no Coral do Colégio Zaccaria e depois participei do São Vicente a Cappella, onde vivi 6 dos melhores anos da minha vida. O primeiro grupo vocal do qual fiz parte foi o saudoso Conversa Fiada, quando eu tinha 14 anos. Depois, comecei a dirigir e fazer arranjos para o Cantaventos, grupo com o qual tive uma história feliz e com algumas conquistas bem bacanas, para um grupo com integrantes de idade entre 15 e 17 anos... no final das contas, cheguei ao Ordinarius, grupo que hoje tenho a alegria de produzir também, na preparação para o lançamento do nosso primeiro CD (que chega ainda esse ano!).



Pois bem, voltando ao evento de hoje, além de oferecer oficinas, palestras e uma série de shows de grupos vocais super bacanas de todo o país, o Brasil Vocal promove dois concursos: o de arranjo vocal e o de grupos vocais.

Ano passado, fiz parte do grupo de cantores contratados para cantar os arranjos concorrentes na etapa final do concurso. Foi uma experiência incrível, onde pude conviver com cantores que admiro e que tenho a sorte de chamar de amigos. Este ano, além de participar de novo como intérprete dos arranjos escritos por músicos de todo o Brasil, vou participar do concurso de grupos vocais com o Ordinarius. Uma dobradinha que me deu muita alegria mas também muito trabalho nas últimas semanas!

E no Ordinarius, ainda tivemos dobradinha nos arranjos, porque Augusto Ordine e André Miranda, que são cantores do grupo, também participam como arranjadores concorrentes! Uma felicidade só.

Hoje tem a final do Concurso de Arranjo e amanhã a final do Concurso de Grupos Vocais.

Que tal aparecer por lá? Às 19h no Auditório do CCBB!

Para conhecer melhor o grupo vocal Ordinarius, visite: www.ordinarius.com.br