sábado, 31 de março de 2012

Imagem e som.

Nos finais dos anos 90 e início dos anos 2000 eu era uma das adolescentes que assistiam ao "Disk MTV" diariamente. Adorava os clipes, torcia pra ver se o meu preferido estaria na primeira colocação das votações do público e também esperava os VMA's e VMB's (Oscar do videoclipe na MTV) para ver se meus artistas preferidos seriam premiados.

Com o tempo esse costume foi passando e veio o Youtube para nos abastecer com vídeos incríveis. No começo ninguéms sabia muito bem como aquilo funcionava e nem tinha noção do poder de mídia que o compartilhamento de vídeos tem. Muita gente mandava videos caseiros com som e imagem péssimos. Mas o preço dos equipamentos foi barateando, todo mundo começou a ter acesso a câmeras melhores e se esforçado para ter idéias melhores, e os vídeos no youtube estão ficando cada vez mais incríveis. E eu, que já era fã de uma boa sequencia de imagens relacionada a uma musica, decidi investir nisso também.

Meus primeiros registros de show bem feitos, são do final de 2010, quando decidi filmar o show cujo repertório era dedicado ao Djavan. Foi um trabalho muito bacana feito por Micael Correia e Bernardo Neder.


Depois demorei um pouco e durante as gravações do disco, entrei em contato com o pessoal do Tocavideos e acabei gravando um clipe de "Barco" e o making of do CD "Breve Leveza" com eles.
Na ultima semana ainda tive a chance de ter um show ao vivo filmado pelo Estudio Oi Novo Som,um ótimo registro das músicas que fazem parte do repertório do disco. Esse vídeos vocês já viram por aqui né?

Meu canal no youtube está cheio de informação e ótimos vídeos. Mas chegou a hora de deixar os videos de registro documental e partir para um vídeo mais artístico.
Pois bem, agora meu desafio é gravar um clipe meeeesmo. Daqueles que eu assistia na MTV. E o meu parceiro nesta empreitada é meu amigo cineasta Ricardo Pentagna. As gravações estão marcadas para esta semana e a música escolhida foi "Simples Baião", linda canção de Pedro Ivo e Luiz Morais.


O resultado, é claro, vocês vão conferir aqui.

sexta-feira, 30 de março de 2012

A gente não quer só comida.

Sei que isso já foi tema de discussão aqui no blog ( no texto "Os trabalhos e o meu trabalho") mas eu gostaria de tocar de novo no assunto baseando-me em um acontecimento real ocorrido no dia de hoje.

Estava eu no Facebook (como todos os dias. Sim, eu moro no meu perfil) quando recebi uma mensagem através de uma indicação de um amigo. Na mensagem, um produtor americano me convidava para tocar violino em um clipe de uma cantora mais ou menos famosa, agenciada por uma gravadora independente renomada. Segundo ele, seriam 3h de gravação e ele não teria como pagar, mas o clipe seria exibido na televisão.

Primeiro expliquei que no momento não trabalho mais como violinista e que se ele tiver interesse em conhecer meu trabalho como cantora, seria um prazer compartilhar com ele minhas músicas e vídeos.

Depois, pensei um pouquinho e reescrevi o texto algumas vezes. Como eu já disse aqui, adoro a palavra escrita porque a gente pode burilar o texto até que ele diga exatamente o que a gente quer. Eu estava tentando não parecer mal educada na resposta - mas também estava muito preocupada em demonstrar uma posição firme sobre a questão do cachê dos músicos.
E  o que eu escrevi foi mais ou menos assim:

"Antes de contratar músicos profissionais, leve em consideração a importância do pagamento do cachê. Sendo um produtor profissional e trabalhando com uma cantora profissional, você deve saber o quanto o dinheiro é importante. Não só pelo seu valor em si mesmo, mas por ser uma forma de demonstrar consideração e respeito pelo trabalho dos profissionais que te cercam."

Acho que o recado serve pra muita gente por aí.
Músico não é mané e "aparecer na televisão" não é cachê.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Você não perde por esperar.

Hoje no Facebook, minha amiga Aninha perguntou por onde eu andava que não estava mais fazendo textos aqui no blog. Demorei pra escrever porque achei que tinha acabado o assunto por enquanto. Mas foi engano meu.
Este é o único momento em todo o processo produtivo em que não há absolutamente nada que eu possa fazer pelo disco. Ele está lá na fábrica e eu aqui. A partir deste momento a metáfora que mais explica as coisas é aquela da bola lançada - seu trabalho é colocar a força exata, calcular o ângulo, dar um chute caprichado e só. O resto a bola faz sozinha.
Passei tanto tempo controlando todas as etapas do processo de produção do disco que agora nem me dei conta de que a única coisa que tenho a fazer é esperar- e é esse o assunto de hoje.

Tem sido um teste de paciência e tanto. Logo no começo da semana (quando fazia apenas três dias desde o envio do disco para a fábrica) já fiz um telefonema psicótico perguntando como estava indo o processo. São tantas histórias de discos extraviados, encomendas que não chegam no prazo e fábricas displicentes na entrega que eu sinto arrepios só de pensar! Obviamente, a pessoa simpática que me atendeu já deve estar acostumada a este tipo de músico neurótico que fica ligando com aquela clássica perguntinha: "E aí? já chegamos?".

É impossível não notar o quanto isso tudo tem de gravidez: esperar por algo que você mesmo fez e que ainda não viu.

Ao que tudo indica, estamos quase lá. A data do lançamento está marcada (24/04, no Oi Futuro de Ipanema), os discos estão na fábrica e em duas semanas começam os ensaios para o grande dia de botar minha obra primeira no mundo! 

segunda-feira, 26 de março de 2012

A segunda chance.

Para quem perdeu a chance de ver ao vivo, aí estão os vídeos do Estudio Oi Novo Som!

E começa a contagem regressiva para o lançamento do disco! Dia 24/04 no Oi Futuro de Ipanema!


quinta-feira, 22 de março de 2012

Pré-lançamento

Ontem foi o dia de fazer o primeiro show com as músicas do disco "Breve Leveza". Fiquei muito feliz pela oportunidade de estar no Estudio Oi Novo Som! A entrevista foi muito bacana, a equipe foi incrível e o som estava ótimo.
Foi a primeira vez que fiz um show sem platéia. É, no mínimo, engraçado. Claro que eu tinha consciência de que o pessoal estava assistindo em casa, pela internet - como era a proposta do programa - mas fazer um show ao vivo sem público no local é muito diferente.
Eu não tinha com quem interagir - e confesso que não quis interagir muito com as câmeras porque quando o artista olha diretamente pra câmera muito tempo corre o risco de acabar fazendo uma interpretação meio cafona e forçada. Então, eu decidi fixar um ponto na parede e foi pra lá que olhei enquanto cantava as músicas. Acho que deu certo.



Mas a minha maior surpresa foi a repercussão deste show de pré-lançamento! Muitos fãs e amigos no Facebook comentaram e compartilharam informações sobre o show e recebi muitas mensagens carinhosas e com elogios. Além disso, saiu matéria no jornal O Fluminense e uma nota no jornal Destak falando sobre o pré-lançamento!



E eu consegui o que queria: está todo mundo curioso para comprar o disco e assistir ao show de lançamento ao vivo. Mas, isso é assunto pra outro post.

terça-feira, 20 de março de 2012

Enquanto isso, no cartório...

Hoje eu tive uma das conversas mais inusitadas sobre o disco. Enquanto o rapaz carimbava as autorizações dos compositores, resolveu puxar papo.

- O que é isso de autorização para utilização de obra em fonograma?
- É que eu gravei um disco e os compositores tem que autorizar para eu lançar.
- Ah, que legal! E aí, é MPB?
- É.
- Tipo mais pra Ana Carolina ou Maria Gadú?
(Pensei um pouquinho)
- Mais pra Maria Gadú.
- Ah, Maria Gadú é bem legal.
(Silêncio. O rapaz puxa assunto de novo)
- Mas e aí, eles autorizam e o dinheiro fica com quem?
- Ah, a gente divide, ué. Quando ganhar dinheiro com a execução da música, o compositor ganha uma parte também.
- Mas você é conhecida?
- Ainda não. Se eu fosse conhecida você ia saber, né?
(Risos. O rapaz tenta consertar)
- Mas é que eu não sei muito de MPB. As vezes você tem uma parceria aí com aquele cara... o Caetano Veloso!
- É, tenho não.
- Então, quando tiver o disco, traz um aqui pra gente!
- Ah, pode deixar que eu venho aqui vender uns discos.
- Vender não, doar!
(Dei um sorrisinho amarelo)
- Então tá, boa sorte aí com o trabalho. Sucesso!

É um show. É ao vivo e é on-line.

Amanhã estarei no Estudio Oi Novo Som, no site www.oinovosom.com.br fazendo um show de pré-lançamento do disco "Breve Leveza".

Surpreendentemente, choveram amigos ligando e mandando mensagens com dúvidas sobre o show. Pelo que entendi, a maioria das pessoas achava que já era o lançamento do CD e outras ainda acharam que era um show em algum lugar que elas não conheciam.

Fiquei espantada com a reação das pessoas porque já era hora de estarmos mais do que familiarizados com a relação on-line entre público e artista, não é mesmo? Afinal, se o público está tão acostumado a ter  contato com os seus artistas favoritos baixando discos, vendo vídeos no Youtube, qual é a grande diferença em assistir a um show ao vivo e on-line?

Talvez seja porque on-line não seja ao vivo no sentido de presença cara a cara. Mas e as Twitcams e os Live bloggings ? Isso não serve pra música também?

Então, para esclarecer de uma vez por todas, aí vão as informações completas do show de amanhã!

1) O show será transmitido às 20h no portal www.oinovosom.com.br
2) Não tem fila, nem ingresso
3) Você pode assistir na sua casa, no trabalho, na lan house ou em qualquer lugar que tenha um computador e internet
4) Você pode enviar perguntas pelo site e eu vou responder durante a entrevista que rola no show
5) Vou apresentar as músicas do disco "Breve Leveza" em primeira mão!

Ou seja: não dá pra perder

domingo, 18 de março de 2012

Baseado em fatos reais.

Viver é um tremendo exercício de confiança. Sem nos darmos conta, a gente confia nas pessoas mais diversas no dia-a-dia. Pessoas que estão envolvidas nas tarefas mais corriqueiras, mas que podem ter nossas vidas em suas mãos. Aposto que a maioria de nós nunca para pra pensar nisso. Aposto também que não paramos para pensar nisso para não enlouquecer. Mas, vale a pena reservar um momentinho para refletir sobre o quanto confiamos nas pessoas.

A gente confia que o cozinheiro do restaurante está fazendo tudo para que a nossa saúde seja preservada, até que encontramos aquele clássico fio de cabelo no meio da comida. A gente confia que nunca vai ser traído pela pessoa amada, até que pimba! Ela acaba aprontando umas e outras. A gente confia que o porteiro do prédio vai sempre zelar pela nossa segurança, até o dia em que ele dá um cochilo e entra um ladrão no apartamento. A gente confia no médico e acha que a operação vai ser simples, até que a gente tem um choque anafilático com a anestesia e passa meses em coma. A gente confia no motorista do ônibus que está nos levando ao trabalho, até que ele se distrai, perde o controle da direção e acaba causando um acidente sério.



Todas esstas situações são reais, palpáveis e certamente alguma delas já aconteceu com você. Estamos sujeitos à interferência dos atos das pessoas ao nosso redor e muitas vezes não temos controle algum das consequencias destes atos praticados por outrem. 

Tem muita gente que resolve confiar em Deus, já que não dá pra confiar em mais ninguém - mas até de Deus também tem muita gente que desconfia. A unica opção que resta é confiar em si mesmo. E ainda assim, é difícil confiar em nós mesmos quando sabemos quem realmente somos. Não aguentamos nem ficar sem assaltar a geladeira na primeira semana de dieta - ou ficar um mês sem fazer uma ou outra fofoquinha. Como confiar em alguém assim?

Pois é, você deve estar achando que a conclusão deste texto tem algo a ver com aquele slogan do biscoito de chocolate que diz: "desconfie de todos". Mas, ao contrário do que você possa estar pensando, este texto não tem nenhuma conclusão miraculosa e genial. A única constatação é: tudo bem, a vida é assim. E a beleza está justamente em não se preocupar. Se você acha que o destemido é aquele cara que salta de paraquedas, se tatua e pratica esportes radicais em geral, está muito enganado.

Corajoso mesmo é quem se arrisca todos os dias vivendo num mundo em que confiar é se entregar ao desconhecido, ao improvável e ao inesperado. Tudo pode acontecer a qualquer um e a qualquer momento. Basta um descuido de alguém em quem você confiou (incluindo- se aí você mesmo) e você pode acabar arriscando a vida.

Absolutamente todos os dias de nossa vida são um salto sem rede de proteção, sem paraquedas. E só a gente sabe como é que chegamos ao fim de cada dia sãos e salvos. Talvez só Deus saiba. Mas isso é uma questão de confiança.

____________________________________


Na última sexta-feira eu estava indo trabalhar quando o motorista do ônibus em que eu estava perdeu o controle da direção em alta velocidade e bateu numa mureta de pedra. Saí do acidente sem me ferir, mas foi sem dúvida o maior susto que já levei na vida. Acreditem ou não, a única coisa em que pensei foi: não posso morrer agora! Preciso lançar meu disco!

sábado, 17 de março de 2012

Amigos, amigos, negócios à parte?

Todo mundo tem na vida  diversos grupos de amigos. Aqueles amigos de infância do colégio, da faculdade e os colegas de trabalho - mas a maioria das pessoas não consegue unir todos esses grupos.
Eu me considero uma pessoa de sorte por conseguir estar com meus amigos no ambiente de trabalho. Nas artes não é crime de nepotismo chamar quem você já conhece para fazer parte do seu trabalho. Isto acaba sendo uma vantagem em vários aspectos e o ambiente de trabalho naturalmente se torna muito melhor.

Pois bem, já contei aqui no blog como eu conheci os arranjadores, compositores e músicos que fizeram parte deste trabalho - a maioria deles eram colegas de faculdade. Mas a equipe envolvida no lançamento de um disco é muito maior do que só as pessoas envolvidas no fazer musical.

Na hora de escolher quem iria fazer as fotos do disco, eu não hesitei. Conheço Leonardo Fiuza desde que temos 9 anos de idade. Ele já havia feito minhas fotos de divulgação e desde a primeira vez que fotografamos juntos, me senti muito a vontade e adorei o trabalho dele. E foi graças a esta intimidade de tantos anos, que fizemos a sessão de fotos do disco na casa dele - que acabou sendo o cenário perfeito.

No design do material gráfico também não poderia ser diferente. Chamei o amigo Rodrigo Cid, um designer muito talentoso que poucas vezes trabalhou na área cultural. Com ele, além da vantagem de nos conhecermos ha muitos anos também, temos a grande vantagem de sermos vizinhos! Assim, as reuniões podem ser marcadas nos horarios mais malucos porque é sempre pertinho de casa.

Na foto dá pra ver um pouquinho do trabalho dele, que já está em fase final.



E para fechar a equipe de "não-músicos", chamei o amigo Marcelo Egypto para fazer a assessoria de imprensa, uma parte muito importante da divulgação deste trabalho. Mal começamos e já tem notícia saindo por aí em jornais e blogs.




Pois é, tem gente que diz que trabalhar com amigo é complicado porque ou a amizade acaba ou o trabalho dá errado. Mas por enquanto eu estou conseguindo provar que quando o amigo é um bom profissional, não tem erro!





terça-feira, 13 de março de 2012

Tá ouvindo?

Primeira faixa do disco e a primeira faixa a ser disponibilizada aqui na íntegra pra todo mundo ouvir!

Com vocês, minha parceria com Vinicius Castro: "Barco".




Barco
(Luiza Sales/Vinicius Castro)

Quando a vida é pesada
Você é jangada
Me faz flutuar
E quando a carne é fraca
Você me atraca,
Ancora meu lar.

Quando a tristeza aparta,
Você me abarca
Você é meu cais.
Se navegar é meu fardo,
Você é o barco
Que à vida me traz.

Barco me leva pra ver
Na vela a beleza
Tão leve do ar
Barco me leva pra ver
A breve leveza
Do vento voar

Mas se o sonho naufraga
E se a gente deságua
Num porto qualquer
Deixa o amor à deriva
E que o amor sobreviva
Ao sabor da maré.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Autocrítica.

Volta e meia aqueles sonolentos programas investigativos do Discovery Channel ou o Globo Repórter apresentam especiais contando casos sobrenaturais de pessoas que vivem as chamadas "Experiências de Quase Morte" ou "Experiências Extra-corpóreas". Geralmente, a história começa com um cidadão dopado na sala de cirurgia e quando ele se dá conta, está flutuando fora do corpo e vendo toda a situação de fora. E o que é mais chocante neste tipo de relato é a pessoa narrando a visão de si mesmo pela ótica dos outros.

Pois bem, nunca passei por isso e nem tenho dons paranormais de sair por aí em espírito flutuando para lá e para cá. Mas a primeira audição do meu disco inteiro foi bem parecida com uma experiência extra-corpórea. E sabe por que? Pela primeira vez eu me ouvi como uma cantora profissional. 

Quando a gente faz as famosas "demos caseiras", aquelas gravações feitas no quintal ou quarto daquele amigo (que tem o mínimo necessário em equipamentos de som e sabe editar as coisas no Protools), o resultado que ouvimos representa exatamente aquilo que somos no momento: fingidores. 

Acho que todo mundo já conhece aquela famosa citação de Fernando Pessoa sobre o poeta ser um fingidor que "finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente". Isso pode funcionar perfeitamente para os poetas e também atores, mas ao meu ver, com os músicos é completamente o oposto. Pra mim, música tem que ser verdade. E não há nada pior do a ilusão de um músico fazendo uma gravação amadora querendo fingir que é profissional.

A sensação que tive ao ouvir o disco é que depois de passar tanto tempo fingindo por aí que eu era profissional, eu finalmente pude ouvir uma gravação da cantora que eu quero me tornar. E assim, voltando ao assunto da experiência extra-corpórea, eu ouvi a minha própria voz como se fosse pelos ouvidos de outra pessoa.

Para ser sincera, não sei se era outra quem ouvia ou era outra quem cantava. Talvez toda essa experiência tenha transformado profundamente o meu jeito de ouvir e cantar e agora a Luiza que ouve e a Luiza que canta não se reconhecem mais. 

Só sei que eu finalmente tenho um disco pronto e que a alegria de ter concluído este projeto é exatamente como eu achei que seria;




domingo, 11 de março de 2012

O disco, enfim.

Hoje recebi por email o link para a primeira audição da master do disco. (Se você voltar ao Glossário que já postei por aqui, vai ver o que significa "masterização" e saber do que eu estou falando)
Isso significa que todas as músicas estão prontas e que estão organizadas numa ordem. Mas isto significa mais ainda: o disco deixou de ser um monte de músicas gravadas para se tornar uma obra de arte.
Você pode achar que esse discurso é cafona, mas não é idéia minha não. Lembro quando assisti no Festival do Rio ao documentário "A continuação", que falava sobre o processo de feitura do disco "Labiata", do Lenine. Em um trecho do filme, Lenine coloca esta preocupação: o público de hoje consegue baixar as músicas de um artista desligadas do disco. Cada um baixa a música que quer, na hora que quer, e muitas vezes o ouvinte está totalmente desconectado do contexto daquela canção, que somente a audição de um disco inteiro pode nos oferecer. 
O disco é, de fato, uma obra de arte completa. E embora cada música possa fazer sentido independente, somente ouvindo o conjunto delas - e ouvindo este conjunto exatamente na ordem proposta pelo artista - que esta obra de arte tem um sentido total.

E é justamente por acreditar nisto que esta minha primeira audição do disco na íntegra é tão importante para mim. 
Ainda não tive coragem de baixar o arquivo e gravar o CD para ouvir aqui em casa. E embora eu tenha participado de absolutamente todas as fases do processo deste disco, desde a pré-produção, até a gravação e mixagem, sinto uma  curiosidade imensa pra ouvir como ficou.  Este é o momento em que se encerram todas as expectativas e se chega a um resultado, finalmente!

É como se eu estivesse prestes a me encarar frente a frente, e ouvir por 40 minutos eu mesma me dizendo quem sou eu. 
Parece absurdo, mas é verdade.

Mais tarde volto pra fazer a primeira crítica do CD.

sábado, 10 de março de 2012

Oi Novo Som

Esta semana estou lançando as 3 primeiras músicas do disco com exclusividade no site da Oi Novo Som!

O site apresenta um podcast com as músicas e várias informações sobre mim! É só clicar e ouvir!

http://www.oinovosom.com.br/portal/podcast

domingo, 4 de março de 2012

Um pouquinho de consciência.

Foi com muita tristeza que vi hoje no Facebook de uma amiga um post sobre as loucuras que o ECAD anda fazendo com o dinheiro dos músicos. Como se a vida de músico não fosse difícil o suficiente, ainda temos que lidar com órgãos que deveriam ajudar mas só atrapalham como o ECAD, Ordem dos Músicos... o próprio Sindicato dos Músicos não tem força para fazer a pressão que deveria e merecia fazer para mudar a situação dos profissionais da música.
A partir deste post, descobri um movimento muito bacana, chamado G.R.I.T.A.
Vale a pena conferir o site e participar do assunto.


O que é G.R.I.T.A!?

'Caros artistas brasileiros:
A tensão criada pelo somatório de desacertos na área das artes, sentida praticamente em todos os níveis, está provocando uma reação, saudável por um lado, por outro, desordenada. Poucos artistas ou grupos heterogêneos se articulam, tentando decifrar as intrincadas arapucas urdidas pelo atávico oportunismo existente no sistema de defesa de nossos direitos e controle do mercado de trabalho.
A deformação estrutural na conduta interna das instituições responsáveis pela defesa desses mecanismos as torna anacrônicas, travando o desenvolvimento, a criatividade e a sobrevivência da maioria de nossos artistas.
Nossa arte hoje está perdida em um labirinto, sem recursos para a produção das obras recusadas pelo sistema, que privilegia o “panelismo”, com raríssimas exceções. Presa fácil dos meios de comunicação e comercialização, ficou imersa em um oceano profundo de desacertos, e seu destino entregue aos predadores de plantão, principalmente os que manipulam nossos direitos. Isto não é mais novidade para ninguém.
Se em todas as áreas da arte brasileira fomos capazes de impressionar com nossa criatividade, a ponto de sermos imitados lá fora, por que não teríamos moral de reivindicarmos nossos direitos em nossa própria casa?"


sábado, 3 de março de 2012

Vídeo novo!

Estamos chegando ao fim da mixagem... mais alguns ajustes e teremos o disco prontinho!

Enquanto isso, já dá pra divulgar um pouquinho do resultado. No vídeo, imagens em estúdio das gravações de "Pétala", música minha e de Vinicius Castro !


Mais matérias por aí.

Saiu no Gramofone Lunar uma matéria sobre o projeto Som na Sala, de Vinicius Castro e Daniel Terra, do qual fiz parte em janeiro. A matéria também fala um pouquinho sobre o meu disco que vem por aí e mostra os vídeos!

Confira em:

quinta-feira, 1 de março de 2012

Arte e dicotomia.

Pode ir parando por aí se você acha que vem filosofia por aqui. A coisa é bem mais simples do que o título anuncia. Na verdade, o post de hoje tem um quê de querido diário - mas acho que no final das contas vamos chegar a alguma conclusão que talvez possa se aproximar do que seja aparentemente filosófico.

Pra quem não sabe, dicotomia é a divisão de um elemento em duas partes, em geral contrárias. E foi exatamente o que eu vivi no dia de ontem. 

Tem muita gente que acha que viver de arte é, basicamente, viver de amor. Para a maioria das pessoas, os artistas vivem num mundo encantado onde tudo é luz e inspiração, sentimento e criatividade. Mas não é bem por aí.

Pelos relatos aqui no blog, vocês já estão conhecendo diversas fases do trabalho de produção de um CD. Em todas elas há algum quesito técnico e muito planejamento. Pois bem, agora que o disco está na mixagem e quase masterizado, é hora de correr atrás da burocracia.

Isso mesmo! BU-RO-CRA-CI-A !
Ao contrário do que você possa imaginar, em vez de passar meu dia cantando,ouvindo música e admirando a natureza, ontem passei metade dia na correria do centro da cidade. 
Você sabia...

  • Que para gravar uma música, é necessário ter autorização assinada pelos compositores, com firma reconhecida e tudo?
  • Que para receber os direitos relativos à execução do seu disco, você tem que se filiar a uma associação de compositores?
  • Que cada faixa do disco tem um número de registro chamado ISRC?
  • Que toda composição tem que ser registrada, com documentos que comprovem a sua autoria?


E por aí vai...

Mas, felizmente, agora vamos chegar à parte que justifica todo o papo sobre dicotomia. Depois de passar por todos esses trâmites, visitar cartórios e bater perna por aí, ontem eu também fiz as fotos do disco! Foi uma incrível sessão com o fotógrafo e amigo Leonardo Fiuza. E esse foi o momento de contemplar a natureza, viver a fruição estética e fazer arte!

O resultado está ficando muito bonito...  e o disco já tem capa! Pra vocês, uma das fotos da sessão pra dar um gostinho de como foi o clima...