quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

"Breve Leveza"

Sempre achei muito doido esse lance de revista com nomes de bebês. Acho louvável o esforço dos pais em encontrar um nome que seja bonito e com significado. Sei que para muitos é uma tarefa realmente complicada decidir como vai se chamar aquela pessoa pelo resto da vida, ou, por pelo menos 18 anos - até que ela seja (ir)responsável por si mesma e possa mudar de nome. Todo mundo conhece o famoso caso da filha da Baby Consuelo, que recebeu a dádiva de se chamar Riroca. Depois de alcançar a maioridade, ela optou por se chamar Sarah Sheeva. (É, não é muito mais bonito mas faz uma diferença considerável)

Porém, quando a gente tem que dar nome pr'um disco, não é a mesma coisa. Claro que a relação de pai pra filho, de criador e criatura, continua. Mas o disco não permite mudanças. Não tem maioridade penal que dê jeito: o seu disco vai ter pra sempre o mesmo nome. Talvez esse nome mude de significado ao longo dos anos de carreira e das incontáveis vezes que será ouvido. E é claro que a qualidade do conteúdo pode acabar suavizando uma escolha de nome ruim.

Mas tem outro agravante: não adianta nada querer ler o catálogo de "1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer". Talvez você até consiga se inspirar e ter ótimas idéias. Entretanto, copiar um nome lindo que já exista é impossível - a menos que seja uma estratégia de marketing genial que gere resultados incríveis.

Mas, no geral, ninguém repete o nome de outros discos. Por isso não existe mais de um "Bloco do Eu Sozinho", nem mais de um "Dark Side Of The Moon".

E aí, como é que a gente faz agora?

No meu caso, eu ouvi os conselhos do produtor Dan Garcia. Ele sugeriu que fosse o trecho de uma das músicas do disco e que as palavras em si tivessem um significado próprio, que não necessariamente remetessem à mensagem da música - e que, de preferência, fossem palavras com uma sonoridade marcante e bem rítmica. 

Sacou?

Depois de muito ler e reler as letras, consegui chegar a uma conclusão. O nome esteve o tempo todo bem na minha frente - e, pra completar a façanha da obviedade, é o trecho de uma música minha.

Eu mesma escrevi o nome do meu próprio disco- e assim ele se torna cada vez mais meu.

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