Tá bom, gravei um disco em 8 dias. Ou melhor, em 50 horas.
É difícil acreditar que consegui fazer tudo o que eu queria em tão pouco tempo. Eu sabia de antemão que o desafio era grande e não imaginei que conseguiria cumprir com a minha proposta mirabolante. Todas as expectativas em relação ao cumprimento dos horários eram sempre as mais pessimistas possíveis. E não é que deu tudo certinho?
(Esses dias Daniel estava rindo do termo "certinho". Segundo ele, faz parecer que a coisa está só um pouco ou meio certa - e todo mundo sabe que isso é impossível. Ou tá certo ou tá errado.)
Mas não é das metas de cronograma que eu quero falar - nem quero filosofar sobre certo e errado.
O que está me deixando mais feliz no momento é saber que consegui passar pela etapa mais importante de todo o processo do disco - e muito satisfeita com o resultado até agora. E o mais bacana é ver a curiosidade das pessoas em ouvir as músicas. Mas confesso que tenho sentido um certo prazer em saber que só eu e Daniel até agora ouvimos como tudo ficou em todas as músicas - o resto das pessoas não faz a menor ideia do que estamos aprontando. Tudo isso pra mim tem um quê de criação e conspiração, no melhor estilo Pink e o Cérebro tentando dominar o mundo.
Gosto de pensar que o disco é um segredo só meu. Dá até vontade de não lançar, de guardar segredo por mais tempo. Isso é muita maluquice, não é mesmo?
Acho que todo mundo que coloca uma nova ideia no mundo tem um pouquinho de ciúme no começo e quer conservar por mais um tempinho essa sensação de exclusividade. Pode ser que a ideia seja uma grande porcaria, mas aí é que está a grande sacada: não compartilha-la é uma forma de não sujeitarmo-nos às críticas e opiniões alheias - e assim podemos nos achar as pessoas mais inteligentes do universo.
Ainda bem que a minha vontade de ver essas músicas correndo o mundo e conquistando as pessoas é maior do que o desejo egocêntrico de me saber possuidora de um segredo genial - tipo a fórmula da Coca-cola.
Pode deixar, eu vou lançar o disco.
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