Hoje começou oficialmente a maratona. E agora eu só paro dia 16, com um disco gravado!
O primeiro ensaio sempre dá aquela sensação de trem-fantasma... a cada compasso, pode acontecer uma grande surpresa. Mas depois de um tempo o som começa a tomar forma e as coisas começam a se ajeitar.
Então começam aquelas questões que você nem imagina que poderiam existir - e quando você se dá conta, o pianista e o guitarrista acabam discutindo a relação na tentativa de decidir quem fica fazendo a levada, quem vai pro agudo, quem faz os arpejos... Quem vê de fora pode até pensar que são um casal mesmo, daqueles que precisam seriamente de aconselhamento psicológico.
Há quem pense que ensaio é tudo perda de tempo e que na verdade nós músicos só estamos passando tempo juntos nos divertindo e levando um som. Mas não é bem por aí. Cada detalhe conta. Uma idéia diferente durante o processo pode colocar tudo a perder ou ser a chave do sucesso.
Ontem, na reunião que tive com o Dan (meu produtor) ele contou vários ˜causos˜. Um dos que mais gostei e que foi inspirador para mim era uma história sobre os Beatles. Nos anos 60, devido às limitações técnicas (que hoje nós não vivemos mais), o Paul McCartney não podia gravar voz e baixo ao mesmo tempo - porque era tudo gravado em poucas pistas. No final das contas, ele acabou gravando o baixo sozinho, depois de toda a banda ter gravado suas partes. E o resultado acabou sendo um baixo criativo, cheio de melodias e com um volume um pouco mais alto do que acontecia na época. Quando o disco chegou aos EUA, todos ficaram com ciúme daquele baixista incrível e da genialidade e presença daquelas melodias tocadas por ele.
Vai que acontece uma dessas comigo?
Aproveitei alguns momentos pra tirar umas fotos exclusivas pra vocês!
(Davi Mello)
(Antonio Neves)
(Chico Oliveira)
(João Bittencourt)
(Yuri Villar)
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